sexta-feira, 29 de junho de 2012

Arquivo Junho 2012: Eurocopa


        Hallo... Tenho que comentar sobre o jogo, não é mesmo? Pois bem, vocês sabem o resultado. Vocês sabem quem está na final.
       ...O Pior não está em perder. Está em nossa promessa.

       Varsóvia, em torno de 14 hrs. Lá estava Oresama e Mein West, já com as roupas da seleção alemã, junto de todos os demais jogadores. Sorriamos, e rimos. Ora por coisas aleatórias, ora por termos vencido até o momento. 

       Apesar de tudo, sabia que no fundo, seria um jogo difícil.

       Nunca na Eurocopa houve a repetição de finais – e a última foi exatamente EspanhaxAlemanha. Difícilmente em jogos oficiais vencíamos a Itália. Eu sabia disso. Mas também quanto mais pensava, mais lembrava de 2010.

       “Ouvia perfeitamente a torcida espanhola vibrar com a vitória, e junto deles, os jogadores. Ignorei tudo e todos, até os que vinham para me cumprimentar, para ir até Mein West, quase deitando no chão, tentando limpar a mente. Com um pouco de esforço, consegui fazê-lo levantar.

       Assim que ele conseguiu prestar atenção em mim, tentei ser o mais direto possível para consolá-lo. - Algo aparentemente fácil, mas você sente uma enorme amargura, daquelas que fazem você chorar e amaldiçoar quem te deixou assim. - Não foi diferente com Oresama, e lágrimas se formavam mesmo que eu quisesse mostrar a Mein West que estava tudo bem com um sorriso. Comecei a falar de nossa segunda chance, a Eurocopa, com a voz falha e ofegante pelo cansaço.

       Ele percebeu o que eu estava tentando fazer. Percebeu que eu só queria o ver sorrir desajeitadamente como eu, nesta hora difícil. 

      E então, eis que entre um forte abraço, ambos com as lágrimas misturadas com o suor, prometemos um ao outro que a Eurocopa seria definitivamente nossa.”

       Agora, faltavam poucos minutos para entrarmos em jogo. Minha respiração acelerava. Estalava os dedos. Olhava o pequeno Kiku, sorrindo. Lembrava de minha promessa. Voltava a atenção para a porta. E meu coração seguia o mesmo ritmo que eu.

       Finalmente, as portas se abriram, era a chance de nos aproximarmos da promessa.

       De primeira, já vi aquelas torcidas agitadas, ambas na expectativa de cada país em que se sentou e almejava ver a vitória. Favoritos? Claro, nós. Cumprimentamos os jogadores italianos - E Vaticano estava lá, para jogar também, quem diria? Então, os Hinos, e a contagem regressiva que começou a fazer a Roleta da partida Alemanha x Itália agir.


      Mas estávamos a fechar um ciclo neste lugar.

      Começamos bem, e muitas vezes ameaçamos no ataque. Mas tinha um jogador que se destacou. E quando fez o primeiro gol, e o segundo... Vi a Copa de 2010 repetir-se. Chegou uma hora que ajoelhei na grama e coloquei as mãos na cabeça, em sinal de desespero. Mas meu irmão Bavária falou para eu levantar-me e continuar. Ainda era primeiro tempo. Ainda podíamos recuperar.

     Mas o Destino queria zombar de nós.

      Segundo tempo, e nada... Nada. Os minutos passavam. Olhava para os demais jogadores. Olhei para a minha torcida, apreensiva. Olhei para Kiku, não sabendo como reagir. Olhei para o Céu. – E rezava para uma ajuda. A Bola rolava, e sabíamos já quem era o vencedor.

       Esperança? Defina-a.

       Mesmo o gol nos pênaltis - Uma luz no fim do Túnel - Foi inútil. O Juiz apitou. E simplesmente... Foi-se. Meus sentidos sumiram. Simplesmente agachei na grama, socando-a. Ouvia a torcida italiana vibrar, tal como a espanhola. Rangi os dentes, a amargura invadia meu corpo, novamente. 

       E tempos depois, Mein West veio me consolar.

       Então, eu percebi que os papéis se inverteram. Agora, estou no lugar dele, recebendo consolo, suando, e segurando as lágrimas. Ele fez questão de repetir as mesmas que eu falei a dois anos atrás. E Oresama, repeti as dele. Desta vez, os dois anos seguintes... Se referem a Copa de 2014.

       Sabendo disso tudo, entre as lágrimas, entre o suor, entre a amargura, entre a frustação... Eu ri de felicidade.

      “Sim, a Esperança é a última que irá morrer, para mim. Vamos lutar para não falhar desta vez, Mein West?”

      E ele concordou, sorrindo também. E foi assim que eu voltei para o hotel. Perdendo uma promessa, fechando um ciclo, mas Começando outra. Abrindo outro ciclo.

     De quebra, recebi um telefonema do Alfred. Ele sentia muito. Oresama aos risos – e a voz um pouco falha, por ter que relembrar isso, falei que estava tudo bem. E que amava-o muito, e esperava sua volta.

     E foi com este dia cheio, que dormi.

     E foi deste jeito, que ainda acreditarei que venceremos, algum dia.

[A Alemanha perdeu, whah. De qualquer jeito, prometi a mim mesma fazer um post incrível sobre o jogo, independente do resultado. E cá estamos. Sabe, uma coisa legal, é tentar só ler as partes vermelhas, é praticamente um resumo profundo ~ Bye!]

Comentários

► Lovino Vargas (Itália do Sul)

       “Dificilmente em jogos oficiais vencíamos a Itália. Eu sabia disso”. Vocês nunca venceram a gente em jogos oficiais, ha!

  • Mundial'2006: Itália x Alemanha 2-0 
  • Europeu'1996: Itália x Alemanha 0-0 
  • Europeu'1988: Itália x Alemanha (RFA) 1-1 
  • Mundial'82: Itália x Alemanha (RFA) 3-1 
  • Mundial'78: Itália x Alemanha (RFA) 0-0 
  • Mundial'70: Itália x Alemanha (RFA) 4-3 
  • Mundial'62: Itália x Alemanha (RFA) 0-0 
  • Mundial'62: Itália x Alemanha (RFA) 0-0

          Valeu a tentativa Gilbert e admito que o jogo foi difícil e que vocês... É... Jogaram bem. Porque perder é mesmo uma merda ainda mais quando você tem uma promessa com um irmão então, parabéns, bastardo.

Resposta: N/A [Mas vá se ferrar, Charlotte.]

► Manuel Gonzalez Rodriguez (Chile)

Mais sorte na próxima Gil.

Resposta: N/A

Nenhum comentário:

Postar um comentário