sábado, 31 de dezembro de 2011

Arquivo de Dezembro de 2011: Glückliches neues Jahr!



[Explicação sobre a segunda parte da postagem: Eu, drogada como sempre, fiz o mesmo que nesta postagem, desta vez com uma personagem minha chamada Nora Heiko, ou simplesmente “Noriko”, já que ela é tão ligada com o tempo. Assim como na outra postagem antiga, eu darei um pequeno resumo da história para explicar certas coisas. Deixem-me ser feliz! 

Ah sim, a narração passa para terceira pessoa também.]

       Que ano novo agitado! Acabei nem dormindo, é! Aproveitei que passei o natal na Itália e que a Discórdia natalina sumiu estendi minha estadia para até o final de aqui mesmo! Tal como a dupla Romênia e Vaticano, pelo visto o incrível Oresama lança tendências, kesesese~

       Como esta decisão foi em cima da hora, todos nós rodando a Itália atrás de roupas tanto para a semana quanto para a hora da contagem, além de mais comida. Obviamente, escolhi branco ‒ a cor mais incrível para minha pessoa. [O que é um ponto branco no ano novo italiano? Um prussiano! Certo, parei.] e ainda pude escolher um cachecol branquinho para o Gilbird também.

       Depois das compras ‒ e pelo visto Vaticano vai de branco também e o romeno de verde ‒ passou-me pela cabeça que talvez algumas nações fossem passar sozinhos. Sendo essa incrível alma caridosa que sou, liguei para algumas nações até convencer Roderich a comemorar junto de nós. E não é que dias depois veio ele e seu filho Kugelmugel?

       Na última refeição do ano, a mesa era tão farta que parecia segunda cheia de natal. E tinha uma boa quantidade de bebidas também, não só o bom e velho Champagne. (Inclusive, o almofadinha queria me impedir de beber muito ‒ Mas quem liga? É ANO NOVO!). Depois de jantar, fomos nos arrumar com as roupas escolhidas.

       Entretanto, tive que ajudar o Itália do sul. Seja lá por que motivo, ele escolheu vermelho (amor). Quando fiz uma pequena brincadeira sobre a cor, acabei levando mordidas para tudo quanto é lado, ai. Pior que o romeno achou engraçado e fez isso no Vaticano só pela brincadeira. Oresama só não lamenta pelo coitado porque ele ficou reclamando da mordida a noite toda... De qualquer forma, Feliciano foi o último a se arrumar. Queria entender o porquê desses italianos terem tanta dificuldade para escolher peças de roupas iguais.

       Faltando pouco para virada, nos reunimos numa varanda que Feliciano afirmou ter boa visão para os fogos. Roderich, talvez com um pouco de pena do Kugelmugel ser o menor entre um monte de países adultos, e o colocou nos ombros. E com a contagem regressiva, todos contando juntos ‒ cada um em seu idioma ‒ os fogos vieram, e tenho certeza que os olhos de todos se encheram do brilho que o novo ano trará. Gilbird até pulava até em minha cabeça!

       Agora em 2012, foi aquilo que nós conhecemos: Comer e beber e até cair! E desta vez, sem dormir! Kesesese~ E até aquele esquilo (é, o do natal) veio nos visitar. No final das contas, foi uma comemoração inesquecível! Mas o que me intriga foi o déjà vu que tive durante a virada do ano... Ah, deve ser só minha imaginação!

〖○Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ○

       Em um canto mais distante do grupo, dois indivíduos também observavam os fogos, mas em uma sala escura e um pouco esquecida da casa. Uma, alguns podiam reconhecer se saísse pelas ruas italianas, apesar da descendência alemã e do olho esquerdo enfaixado; era uma garota que atendia pelo nome de Nora Heiko Zeitstein. O outro, não possuía uma forma definida, então preferiu assistir as coisas como uma borboleta branca que repousava entre os dedos da jovem; tratava-se da personificação do próprio tempo. E Nora era sua assistente.

Glückliches neues Jahr! — A garota disse olhando para a borboleta, em um tom carregado de alegria. — Os fogos daqui são mesmo incríveis, não acha?

       Nora mantinha um sorriso largo no rosto como habitual. Conhecida pelo seu bom humor, no fundo, ela acreditava que a alegria era o melhor remédio para as próprias dificuldades da vida, junto da positividade e do bom senso. A borboleta moveu as asas timidamente, e logo o recado foi entendido. O tempo se sentia constrangido por, ironicamente, não ter tempo para admirar as maravilhas que administra. O sorriso da jovem foi mais compreensivo.

— Ora, fique tranquilo! Isso acontece no mundo humano também. As pessoas se esquecem que só terão uma vida e afogam-se no material, porém esquecem que tudo o que levarão no caixão será a roupa do corpo. — Ela olhou para a janela um instante, reflexiva. Não conhecia exemplos tão próximos ao ponto de poder nomear, mas esta uma característica tão comum na humanidade... — Humanos assim esquecem datas, depois épocas, depois o mundo. Isso por que mudamos todos os dias mesmo que de forma imperceptível, ao ponto de em um ano ou até meses sejamos pessoas completamente diferentes, mas gente assim passa uma vida inteira sem aprimorar o próprio caráter... E quando a morte vier, será ceifado o pouco que eles foram.

       A personificação do tempo ficou estática por um momento pela reflexão da assistente. Sabia que no fundo mais coisas precisavam ser levadas em consideração neste pensamento, mas não podia argumentar sobre como é a humanidade. O mundo foi sua criação, entretanto, hoje a entidade era mais uma observadora do que um agente em si. Nora notou este desconforto, e tratou de retirar este clima pesado que formou-se. 

— A-ah! Mas existem aquelas pessoas extraordinárias que tiram o máximo de proveito da vida deixando uma longa trilha pelo mundo! Fazendo com que sejam lembradas eternamente na Terra, e no nosso mundo também! São estes indivíduos maravilhosos que fazem o mundo valer a pena! — Apesar de uma borboleta não poder demonstrar emoções, dava para deduzir que ainda restava desconforto naquele pequeno ser.

       A verdade é que o Tempo arrependeu-se de punir tal jovem pura removendo o olho esquerdo dela. Mas foi um incidente necessário, por ela ter alterado o curso do tempo em prol do irmão mais novo. No passado, houve verdadeiros desastres por antigos assistentes fazerem isso, porque mesmo a menor ação tem um efeito enorme no mundo. E nenhuma intervenção é passada despercebida: As pessoas sentem a presença deles por meio do déjà vu ‒ logicamente, alguém daquele grupo na varanda iria perceber.

       Mas a entidade cansou de ser um agente passivo daquele diálogo, preferindo por vez mudar para uma forma mais humana. A forma que ele mais gostava tinha traços masculinos, um cabelo prateado com olhos cinzentos e uma roupa completamente formal, composta por casaca, luvas, calça e sapatos sociais além de uma cartola. Tudo cinza com detalhes em prata. “Ele” sorriu um pouco constrangido pelo ato, mas tomou coragem para falar.   

— Estou mais apresentável?

— Está, não se preocupe com isso. — Nora se afastou da janela, prestando atenção em seu mestre. Só então se lembrou de uma coisa... Mais exatamente alguém, que ela queria rever antes de voltar ao serviço. E o Tempo percebeu a intenção dela.

— Se quiser ver seu irmão mais novo, é só falar. — Ele afagou a cabeça dela, feliz por ela ainda nutrir um amor pelo caçula mesmo depois de tudo.

— Eu quero. Muito obrigada. — Nora pegou na mão do seu mestre e seus corpos começaram a gradativamente ficarem translúcidos; estavam desaparecendo daquele ambiente para viajarem até outro. Mas não antes de um comentário final dela. — Ei... Como será dezembro de 2012?

— Você sabe que não posso dizer isso. — Ele não conteve um riso, definitivamente ela era a assistente mais pura que teve. — Descubra por si mesma. — Nora o olhou infantilmente como se pedisse uma dica, mas por fim relevou com um sorriso.

— Está bem então! — Abafou um riso — feliz ano novo, para nós e todos neste e no outro mundo. Espero que 2012 seja um ano interessante de se observar, como foi 2011.

       Pouco tempo depois eles desapareceram, tornando-se apenas uma impressão no espaço-tempo para os poucos que perceberam e deixando que as horas voltassem a correr para os países.

[Como prometido, a história de Nora Heiko é inclusa com outras minhas. 

       Ela foi escolhida para ser a nova assistente do Tempo. Seu trabalho é ler e interpretar os relógios da casa do Tempo (uma vez que cada tic-tac e mover dos ponteiros tem seu significado, existindo um relógio para cada família viva na Terra). De todos esses tic-tacs, existiu um que chamou a atenção dela ‒ justamente a do seu irmão querido, John.

       Quando um desastre estava prestes a acontecer na vida dele, ela dá um jeito de ir até a Terra e incentivá-lo a não deixar as coisas assim, devido ao que podia ocorrer. O resultado foi um final feliz... Para ele ao menos. Todos os superiores no outro mundo ficaram sabendo disso e foi feito uma conferência entre as energias que regiam o planeta ‒ não os elementos, mas energias mesmo ‒ desde as positivas e negativas, junto do Tempo para decidir o destino dela. 


       Graças à piedade de alguns sua vida foi poupada, mas em compensação, perdeu sua visão no olho esquerdo. Desde então, ela tem o olho esquerdo enfaixado.]

Comentários


► Roderich Edelstein (Áustria)

Alma caridosa? Hm... Está certo, vou fazer uma boa ação e deixá-lo acreditar que fez algo bom. Quanto à sua bebedeira, espero que ela não o tenha levado a fazer nada idiota.

Em todo caso, danke pelo convite e feliz ano novo, Gilbert.

Resposta: N/A.

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